Resumo: Artigo 35808
Acessibilidade na Cibersociedade: Limites e Possibilidades ( 08, 11,26, 61, 111)
Rosane de Fátima Obregon, Vanzin Tarciso, UFSC, Brazil.
Apresentação: Friday, May 30, 2008 1:15PM - 3:15PM sala 212 - UNIRIO VII ESOCITE - Sessão 37 - Chair: Sergio Amadeu
Abstract.
O ciberespaço configura uma nova era, a Era da Informática, das múltiplas janelas abertas, do sujeito dialógico que interagindo promove a criação de teias e redes de relação e aprendizagem cooperativa na nova sociedade do conhecimento, a cibersociedade. Entretanto, paralelamente, surgem implicações e novos desafios decorrentes do novo modelo social. À medida que as ferramentas tecnológicas potencializam a democracia, elas podem ser vistas como uma utopia da democratização do acesso à informação e comunicação, uma vez que elas também podem gerar uma nova categoria de excluídos sociais - os excluídos digitais. Apesar de estarem em curso os aprofundamentos teóricos sobre as questões advindas dos avanços científicos e tecnológicos, o debate acadêmico tende a se dividir em duas linhas: uma linha defende os avanços da tecnologia da informação e comunicação como extensão dos campos sociais, com características gigantescas, porém caóticas e não acessível a todos (MARQUES, apud LEMOS, 2003); e outros teóricos como Lévy (1998) pontuam que o fluxo de conhecimento, o acesso ao saber e o compartilhamento das informações proporcionado pelas técnicas de comunicação, servirá como ferramenta na resolução dos problemas sociais. Um novo avanço ocorre, quando o conceito de acessibilidade passa a referir-se não só aos obstáculos concretos da sociedade, como também ao direito de ingresso no mundo das tecnologias da informação e comunicação. Com o aparecimento da Rede Mundial (World Wide Web) no início da década de 90, a questão da acessibilidade emerge como fator estruturante de desenvolvimento de uma sociedade tecnológica, ou seja, da cibersociedade. Assim, a necessidade de conceitos de acessibilidade para subsidiar os projetos virtuais assume papel de destaque no trabalho desenvolvido pelos designers. A acessibilidade é um conceito ligado à qualidade do projeto, e principalmente de conscientização da diversidade. Assim, a convergência entre as novas tecnologias e a cidadania passa necessariamente pela revisão do conceito de acessibilidade e usabilidade. Este artigo constitui-se na tentativa de analisar esse fenômeno centralizando o foco de investigação no alto poder de inclusão e exclusão nos espaços virtuais. Compreender a problemática do acesso, em todos os seus matizes, permite não somente alcançar uma apropriada síntese do processo socio-histórico das tecnologias do virtual, como fomentar a discussão dos conceitos de acessibilidade e usabilidade para os usuários com limitações. A inserção do conceito na percepção de projetistas servirá de fator multiplicador para a integração social e possibilidades de ocupação democrática dos espaços construídos para todos os indivíduos, independente de suas características físicas, sensoriais e mentais. Nessa visão, o crescimento das conexões em rede conduz a questionamentos sobre as relações envoltas e imersas nessa rede a cibersociedade, o ciberespaço. Como essas interconexões digitais alteram as relações entre os humanos? Até que ponto o novo espaço virtual da rede se caracteriza como ferramenta de exclusão? Ou, por outro lado, como o ciberespaço poderá favorecer a cidadania? De acordo com Castells (2003), os novos meios de liberdade propiciados pela internet podem libertar os poderosos e oprimir os desinformados, levando a exclusão uma grande parcela da população. O recorte teórico do presente trabalho centraliza o campo conceitual da acessibilidade nos novos espaços da cibersociedade, por constituir-se em um recurso cada vez mais importante em vários aspectos da vida: educação, emprego, governo, comércio, cuidados de saúde, recreação entre outros.